Paralisação dos agentes de segurança privada provocou desabastecimento de dinheiro em caixas eletrônicos. Trabalhadores pedem 10% de reajuste
Rio - Correntistas cariocas tiveram dificuldades para sacar dinheiro em caixas eletrônicos de agências bancárias no Centro do Rio nesta quinta-feira. A falta momentânea de cédulas foi provocada pela greve dos trabalhadores das empresas de segurança privada. Manifestantes fizeram passeata pela Avenida Rio Branco na manhã desta quinta, obrigando as agências a suspenderem o atendimento aos clientes por falta de segurança.
De acordo com a Federação Brasileira dos Bancos, entidade que congrega as instituições bancárias, “de uma forma geral, o movimento foi normal nas agências bancárias no Município do Rio de Janeiro”. Por meio de nota, a entidade informou que a negociação salarial é feita por vigilantes e as empresas do ramo.
Segundo o Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio (SindVigRio), cerca de 500 trabalhadores participaram da paralisação na manhã de ontem, menos de 2% da categoria, já que a própria entidade informou que na cidade há 30 mil trabalhadores. Conforme o vice-presidente do SindVigRio, Antônio Carlos Oliveira, o movimento grevista reivindica aumento salarial de 10% e melhores condições de trabalho para a categoria.
Presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Rio (Sindesp-RJ), Frederico Crim Câmara diz que há uma divisão entre os sindicatos dos trabalhadores e considera esvaziada a representatividade na Cidade do Rio, já que a entidade patronal já fechou o acordo trabalhistas com cinco representações do Grande Rio e do interior.
“Já houve acordo com cerca de 20 mil vigilantes que irão receber 8% de reajuste salarial, retroativo a 1º de março e que será pago em maio. Já os vigilantes do Rio que não querem aceitar o acordo e continuarem faltando ao trabalho terão os dias descontados no próximo contracheque”, afirmou.
Além de aumento salarial, categoria quer redução de jornada de trabalho
Além dos 10% de reajuste sobre o piso de R$ 987, os vigilantes do Rio querem redução da jornada de trabalho de 192 horas mensais para 176 horas mensais, aumento do tíquete refeição para R$ 20, diminuição do desconto do vale-refeição de 20% para 5% e plano de saúde pago pelas empresas. Segundo o sindicato da classe, os vigilantes pedem diária de R$ 180 para atividades em eventos, como a Copa do Mundo.
“É difícil almoçar no Rio com os R$ 11 atuais”, diz o vice-presidente do SindVigRio, Antônio Carlos, Oliveira, acrescentando considerar desrespeito com o profissional de segurança privada fazer desconto do tíquete-alimentação tão alto no contracheque.
Já o Sindesp-RJ informou que fechou acordo salarial com o Sindicatos Estadual dos Vigilantes, e dos municípios de Niterói e São Gonçalo, Petrópolis e Teresópolis, Duque de Caxias, e de Itaguaí e região. Conforme Frederico Crim Câmara, presidente da entidade patronal, além dos 8% de reajuste foram aceitos tíquete refeição de R$ 13 e diária de R$ 100 para participação em eventos.
“Houve um aumento de 33% de ganho real. Se foi bom para estes trabalhadores, por que não seria para os do Rio”, questiona Frederico.
Fonte: http://odia.ig.com.br